Se você tivesse uma Ferrari, abasteceria com qualquer gasolina ou escolheria o melhor combustível pra ela? É o mesmo caso com o nosso corpo.
Não se pode falar de corpo saudável sem começar por ela - a alimentação. A primeira prática que precisamos questionar se está saudável é ela. E a escolha de uma dieta plant-based precisa ser analisada com carinho nos dias de hoje, para além do viés ambientalista e espiritualista. Estudos vêm comprovando que uma dieta vegetariana pode ser a chave da longevidade.
A minha mãe nunca gostou de carne vermelha e em casa, a gente sempre comeu muito pouca carne, e por anos, eu era praticamente vegetariana estrita. Das vezes que eu estudei e trabalhei fora do Brasil, eu também me alimentava praticamente sem carne e laticínios, em especial na Ásia e em Cuba. Mas quando me mudei pra Portugal, tudo mudou. Com a grande oferta de pães, peixes e frango, eu acreditei que seria mais barato inserir a carne e massas com regularidade no cardápio.
Pouco menos de 3 meses morando aqui, eu desenvolvi uma inflamação crônica no joelho esquerdo (o meu eterno tendão de Aquiles), além de engordar significativamente. Não era normal. Logo eu descobri que o principal vilão era o glúten - o qual eu consumia muito pouco no Brasil. Mas foi ao assistir os documentários The Game Changers e What the Health disponíveis na Netflix, que eu decidi tentar o veganismo de vez.
Em menos de 20 dias eu já notava uma melhora incrível na minha recuperação muscular pós-treino, e diminuição significativa nas dores do joelho. Foi durante esse período que meus cabelos cresceram mais rápido e mais fortes, além de ficar com uma pele muito melhor. Parece milagre, mas é ciência: ao deixar de inserir gorduras saturadas, inúmeros benefícios são atingidos, dentre eles, a melhora no quadro de inflamação crônica.
“Os veganos concentram uma menor quantidade de gordura saturada no corpo e, por outro lado, apresentam maiores teores dos ácidos graxos ômega-6 e ômega-3. Também carregam maiores níveis no sangue de carotenoides, fitoquímicos de ação antioxidante e ligados à proteção do organismo, e maior excreção pela urina de isoflavonas e enterolctonas, compostos que indicam maior consumo de soja e cuja ingestão já é associada a menor risco de câncer de mama e câncer de próstata.” - Dr. Késia Quintaes
Mas mudar a alimentação do dia pra noite pode não ser tão fácil, e ser vegetariano estrito pode não significar comer saudável.
Então, o que comer?
Desde criança, a gente escuta que quanto mais colorido o prato, melhor. Então a gente já tem um ponto de partida, certo? Mas essa mudança não precisa ser radical, da noite pro dia, como foi a minha. E ela também não precisa ser eterna, abolindo produtos animais pra sempre da sua vida, mas que tal diminuí-los?
Antes de fazer a transição, eu estudei e me informei bastante, já que toda a minha microbiótica intestinal estava diferente. Pesquisei sobre proteínas vegetais, ferro, vitamina B12 e ômega-3. E foi assim que eu cheguei a essas dicas abaixo pra quem quer ajuda na transição:
Ingestão diária de Probióticos: kombucha, kefir (de água ou de leites vegetais), tempeh, tepache, iogurte vegetal, picles, sauerkraut.
Leguminosas devem ser demolhadas por no mínimo 12 horas e consumidas diariamente (demolhar as leguminosas evita gases e diminui a quantidade de fitatos).
Ingerir vitamina C com fontes de Ferro.
Prefira alimentos fortificados com vitaminas. Ex.: leite vegetal com vitaminas D, B12 e Cálcio.
Programar a sua alimentação, ajudando a evitar desperdício e ter sempre algo no gatilho na geladeira - ou seja: marmitar.
Preferir alimentos orgânicos - à primeira vista, pode parecer que a sua alimentação vai ficar muito mais cara, mas na verdade, não. Os alimentos orgânicos produzidos na agricultura familiar possuem um preço justo e movimentam a economia local.
E lembre-se: tudo é possível na culinária #vegana, mas mais importante do que encontrar substitutos para o leite e para a carne, é descobrir novos sabores e possibilidades!
Você já pensou em investir em uma alimentação plant-based?
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